As palavras são remédios

A palavra como remédio. O Senhor cura, mas o remédio é a palavra, seja ela escrita ou oral. É o mal que sai da mente dirigido pela palavra. A palavra transporta a mazela pra fora do corpo. Se não falar adoece! A palavra é o osso calcificado, é a ferida cicatrizada, é o músculo exercitado. E a palavra é gratuita, não custa nada. Custa apenas a boa vontade de dirigi-la a alguém, o que faço agora, amado leitor, escrevendo pra você. É como se eu fosse ao médico e ele dissesse: Leia Memórias póstumas de Braz Cubas! E pra cada especialidade médica há um tipo específico de literatura. Terapia infantil? Monteiro Lobato! A Bíblia é cura para essa vida e pra eternidade. Mas uma incredulidade boba pode ser curada com um clássico da auto-ajuda. Nada contra esse tipo de literatura, desde que não se despreze um Dostoievski, um Dickens, um Balzac ou um Twain. A psicologia seria simbolizada por uma revista boa e especializada. Há revistas tão boas como os livros. Mas se o problema é crônico e exige tratamento contínuo, faz-se a assinatura de um bom jornal. Para tratar males acompanhado pela pessoa amada, vale um bom filme no cinema ou uma boa peça teatral. Cinema e teatro andam de mãos dadas com a literatura. Troque os comprimidos por boas crônicas. O xarope pode ser substituído por um bom conto. Pomada? Escolha o melhor romance da livraria. Vale dizer que também todas as ciências humanas têm ação terapêutica. A palavra como remédio. Com todo respeito aos doentes. Também sou um. Preciso escrever. Preciso me expor, me arriscar. E o remédio natural é a cultura popular. O folclore é um manancial de ervas medicinais. A palavra como remédio. Leia esse texto, amigo leitor, e seja curado pela misericórdia do Senhor. Forte abraço!

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