Meu inquieto coração
O meu coração palpita, dentro do meu peito. O meu coração chora, por aquilo que poderia ter sido e não foi. O meu coração é consolado pelo Espírito Santo, que renova em mim tantas promessas feitas ao longo da caminhada. O meu coração, e não o cérebro, é onde se reunem meus sentimentos e emoções, e o meu coração, físico, reage a acontecimentos sociais, familiares, espirituais. O meu coração é coração de poeta, que vive o sol, e não o dia, que vive a lua, e não a noite, como cantava meu conterrâneo Belchior. O meu coração pensa: e se em vez do quartel eu tivesse escolhido Letras? E se eu tivesse continuado nas Casas de Cultura? Então meu cérebro fala: Não pense assim, Dário. Olhe para hoje, olhe para o alto. Mas o meu coração treme, no meu peito, e eu penso: Será que vou morrer? E tenho medo, apesar de tantas promessas do Senhor. Não quero deixar tristeza no mundo. Quero partir na ordem natural das coisas. O que me espera, no futuro? Será que vou me casar novamente? Será que serei pai, algo tão longe de mim? E o meu coração dá voltas, passeando pelo passado e pelo futuro. E quando ele passa pelo presente, falo com ele: foca aqui e agora. E quando o coração já pensa o que não deve, o Senhor fala comigo, e ele escuta, e o cérebro escuta. Se vier outra companheira, saiba que sou um poeta, e não um soldado. Saiba que o coração fala mais alto que o cérebro, porque sou homem de letras, e não de números. Homem que vê no céu o Reino de Deus, e que vê no chão o mundo brutal, concreto e cheio de arestas. E assim eu sigo convivendo com meu coração, às vezes dando ouvidos à ele, às vezes não. E me lembro da Palavra de Deus: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as saídas da vida." E eu digo, enfim: Assim seja, Senhor. Amém.
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