José Lins do Rêgo
Além de ler Graciliano Ramos, na década de 1990, eu lia José Lins do Rêgo. O paraibano José Lins do Rêgo não era politizado como o velho Graça, mas ele escreveu uma obra ampla sobre o Nordeste do início do século XX que vale por um bom tratado de política. Com os romances Doidinho, Moleque Ricardo, Banguê e Usina, Zé Lins fez um painel da decadência da sociedade dos senhores de engenho dadas as transformações tecnológicas surgidas no início do século XX. Saíam os engenhos de cana de açúcar e entravam as usinas, fábricas de açúcar e derivados que utilizavam mão-de-obra mais qualificada, ao contrário dos decadentes engenhos, que poucas décadas atrás eram operados por escravos. Pessoalmente as obras de Zé Lins falavam comigo porque meu avô materno fora proprietário de engenho de cana, e a sociedade agro-pastoril retratada nos livros do paraibano eu encontrava no Pecém, terra do meu avô e da minha mãe. José Lins do Rêgo militou no jornalismo, e trabalhou como cronista esportivo. Ele era torcedor histórico do Flamengo. Saiu jovem da Paraíba e foi trabalhar no Rio de Janeiro, então capital da República e centro cultural do Brasil. Seu talento literário foi descoberto pelo notável editor José Olímpio. E a leitura de Graciliano Ramos e José Lins do Rêgo me fez ler também Rachel de Queiroz (O quinze). Na época procurei o livro Os retirantes, de José do Patrocínio, mas não encontrei. As obras de Zé Lins estão gravadas no meu subconsciente, e daqui do Nordeste me dirijo aos leitores cibernéticos de todo o Brasil. Mais um texto concluído, graças a Deus. Blog do Dário alimentado. Curte e comenta, caro leitor. Fica com Deus e forte abraço!
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