O fenômeno da pichação

A pichação é o nome do pichador. O nome do pichador escrito na parede é uma obra de arte às avessas, é uma assinatura estilizada do jovem infrator filho de um mundo de infrações. O pichador, jovem rebelde fruto de famílias disfuncionais, procura seu lugar no mundo aliando-se a outros jovens que compartilham os mesmos valores. A música que se ouve é rock and roll, raeggae ou have metal. A lata de spray na mão do jovem aturdido é o seu grito de desespero num mundo que quebranta e avassala. O movimento de agitar a lata ("tala") pode chamar a atenção do vigia, que pra sustentar a sua família está ali contra o grupo de pichadores. Queria que um antropólogo escrevesse um artigo sobre o fenômeno da pichação cruzando dados da linguística e da psicologia. Tribos urbanas nas madrugadas da cidade (nos anos 1990 era menos perigoso). Não quero fazer apologia a crime ou a contravenção, mas se eu pudesse faria um circuito pela cidade deixando mensagens como as que deixo nos meus cadernos e como esta que deixo aqui. As turmas, as gangues de pichadores, com suas calças rasgadas, suas camisas pretas e seus coturnos como os que se usavam no Grand Ville nos idos da década de 1990. A adolescência explodindo em força e desvario, quando em casa a mãe do jovem vela pelo seu retorno. O pai não estava lá. E a pichação no muro é o grito escrito do jovem que busca destaque entre seus pares: quem tem mais pichações na cidade. Grupos de meninos buscando impressionar as meninas que também transitam por ali. As mães em oração, os livramentos dos jovens infratores e as transformações de vida que por vezes se verifica. E assim podem surgir artistas como Andy Warhol, Basquiat e Lichtenstein. Texto de hoje concluído. Texto meio rebelde. Não escrevo mentiras. Curte e comenta, caro leitor. Fica com Deus e forte abraço!

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