Um texto atravessando a História
Vou escrever um texto pré-histórico, arte rupestre que avance nos séculos adiante. E esse texto reinará por muitos e muitos anos, até que cheguem as civilizações mesopôtamicas, e com elas, a História. E o texto pré-histórico se transformará em texto hieroglífico, no Egito e Fenícia dos anos 2.000 a.C. E assim, por meio de hieróglifos, construirei meu texto, lado a lado com o hebraico, tido por alguns como a língua adâmica. E esse texto vai desenvolver-se nas tabuinhas de argila, no papiro e no pergaminho. E os escribas terão por ofício copiar e copiar os textos. Inclusive textos sagrados de várias religiões. E o texto seguirá, comunicando através dos séculos até a Idade Média, quando se levantará Gutemberg com sua imprensa de tipos móveis. E a literatura conhecerá uma revolução caracterizada pela produção em massa de livros e mais livros. Surgirá a imprensa, e meu texto avançará em múltiplas traduções. Haverá uma redescoberta e uma releitura dos clássicos gregos e romanos. E meu texto informará que, mediante as descobertas da era das grandes navegações, ocorrerá um avivamento com a tradução das Escrituras Sagradas para dezenas de idiomas, no tempo da Reforma Protestante. E, concluindo o texto, embalado pela revolução industrial, o século XX passará com a velocidade da luz. E, concluindo ainda o texto, minha pena testemunhará a profecia de Daniel, que fala sobre a multiplicação da ciência, em parte causada pela informática das informações alfabéticas. E o ponto final do meu texto é essa redação virtual, que existe e não existe, conforme a incerteza de um mundo apocalíptico. Texto concluído. Texto iniciado na pré-história e concluído no futuro, que já chegou. Forte abraço, amigo leitor! Fica com Deus!
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