Contadores de histórias
Escrever como quem conta uma história. Não sou um cronista, não sou um escritor. Sou um contador de histórias. Noite fria, no litoral do nordeste, e a turma se reunia em volta da fogueira. E lá estava o contador de histórias, narrando as mesmas histórias todas as noites para a meninada, que em silêncio prestava atenção. Histórias orais, passadas de geração em geração, desde tempos imemoriais, constituindo-se o folclore daquela comunidade. Histórias de pescadores, histórias de caçadores, histórias de assombração, coletadas e compiladas por estudiosos como Leonardo Mota e Gustavo Barroso. O fascínio, o carisma do contador de histórias, que, mesmo sem conhecer as letras, fazia uso de figuras da linguagem para emprestar beleza às suas narrativas. No litoral, certas histórias. No sertão, outras. Nas serras, outras. Isso em todos os povos. Faço menção das árabes Mil e uma noites. No Brasil, as lendas da Amazônia, as narrativas dos sertões de Guimarães Rosa, as histórias dos pampas da família Cambará. Seja nas tribos indígenas, seja nos quilombos, seja nas colônias dos imigrantes, histórias e mais histórias que compõem a alma do povo brasileiro. Também nas grandes cidades, nas feiras, nas mesas de bares, nas salas de aula, se perpetuam as narrativas contadas pelos contadores de histórias. Há histórias assim nos livros, nas músicas, nos filmes, seja nas Américas, na África ou na Ásia. E até nos aparelhos eletrônicos já circulam histórias que vêm desde os tempos do Gênesis, seja dos povos do Ocidente, seja dos povos do Oriente. E eu, aqui no blog, fortaleço este fenômeno, porque aqui e agora não sou um blogueiro, sou um contador de histórias. Essa é a minha história de hoje. Boa noite, caro leitor e fica com Deus!
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