Memórias de Sancho Pança
Estávamos na Idade Média, e meu companheiro me convidou para fazermos uma viagem pelas terras longínquas da Espanha, a fim de resgatarmos sua amada do castelo onde ela estava presa. Assim, pusemo-nos a caminhar (as longas viagens também eram feitas à pé, naquela época). Pegamos uma rota alternativa ao caminho de Santiago de Compostela. Meu companheiro ia à frente, guiando-nos nessa expedição de dois fidalgos delirantes. No terceiro dia de viagem um imenso dragão tentou nos atacar, mas meu companheiro, afeito a combates dantescos de cavalaria, nos pôs a salvo de tão maligno ser. E continuamos caminhando, mesmo que expostos aos perigos comuns a peregrinações como a que realizávamos. No quinto dia de viagem fomos atacados por um bando de meliantes, mas novamente, fazendo uso das técnicas militares que conhecia, meu companheiro nos colocou em segurança. Eu ficava espantado diante da habilidade do meu amigo no uso da lança e do escudo. Faltava pouco para alcançarmos o castelo onde nossa donzela estava presa. Eu já vacilava na marcha duradoura que empreendíamos, mas meu amigo estava firme na sua convicção de obtermos vitória no nosso nobre objetivo. No décimo dia de caminhada avistamos o antigo castelo onde a bela Dulcinéia jazia presa na masmorra da torre sul. Eu titubeei, vendo que seria realmente perigosa nossa missão, mas o meu companheiro, que atendia pelo nome de Dom Quixote de la Mancha, me mostrou que um cavaleiro somente é digno das armas que traz se ele estiver disposto a dar sua vida em troca de um feito nobre e notável. O habilidoso Dom Quixote, com ajuda deste humilde escriba, resgatou a fidalga Dulcinéia e regressamos à península ibérica, onde fomos recebidos como heróis. Décadas mais tarde essa incrível façanha foi narrada ao habilidoso Miguel de Cervantes, que colocou tudo no papel, dando início assim ao romance moderno. E eu, relembrando tais feitos, concluo aqui esta breve narrativa. Assinado: Sancho Pança.
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