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Mostrando postagens de março, 2025

Antônio Cândido

Antônio Cândido de Melo e Souza foi um importante sociólogo e crítico literário brasileiro. Ele nasceu em 1918, no Rio de Janeiro, mas viveu a infância em Minas Gerais, terra da sua família. Em 1937 iniciou os estudos de Direito e Ciências Sociais na Universidade de São Paulo mas concluiu apenas o segundo. Tornou-se livre-docente de literatura brasileira em 1945 e doutor em ciências em 1954. Em 1974 o professor Cândido passou a professor titular de teoria literária e literatura comparada da USP, cargo em que se aposentou em 1978. De 1964 a 1966 foi professor associado da Universidade de Paris, e em 1968 era professor visitante da Universidade de Yale (Estados Unidos). Entre 1956 e 1960 escreveu no Suplemento Literário do jornal O Estado de São Paulo. De suas obras de crítica literária a mais importante é Formação da literatura brasileira (momentos decisivos), de 1959. Em 1964 o professor Cândido publicou Os parceiros do rio Bonito, importante estudo sociólogo sobre o caipira paulista e...

Poetas

Há um tipo diferente de pessoas que anda pelas cidades. Eles se chamam poetas. Desde a antiguidade eles transitam pelas ruas, procurando material para construirem suas poesias. Aparentemente são pessoas normais, mas a mente deles se alimenta de coisas como a beleza e o pitoresco. Eles trabalham, estudam e se casam, mas o vocabulário deles é constituído de metáforas e outras figuras de linguagem. Há poetas ricos e há poetas pobres, mas o pensamento deles todos é rico em rimas e melodias. Há poetas famosos e poetas anônimos, mas é uma graça conversar com qualquer um deles. Todos se deleitam com um dedo de prosa. No mundo antigo viveram poetas como Homero, Dante, Bocaccio e Petrônio, e ao longo da História se levantaram poetas que cantaram suas vidas e épocas. Também há mulheres poetas. Elas não gostam de ser chamadas poetisas. Dizem que é implicância dos dicionários. O raciocínio dos poetas é complexo e depurado, não sendo possível analisá-los com técnicas da medicina nem da psicanálise....

Amadeu Amaral

Amadeu Ataliba Arruda Amaral Leite Penteado foi foi um importante linguista brasileiro. Ele também foi poeta, jornalista e ensaísta. Ele nasceu em 1875, em Capivari-SP. Ele escreveu um texto fundamental para os estudos folclóricos brasileiro: O dialeto caipira (1920), em que ele registra a maneira de falar do caboclo paulista da área do vale do rio Paraíba, analisando suas formas e esmiuçando-lhe sistematicamente o vocabulário. A obra poética de Amadeu Amaral pertence à fase do pré-mordenismo e inclui Urzes (1899), Névoa (1910), Espumas (1917) e Lâmpada antiga (1924), títulos que integram o volume Poesias, publicado postumamente, em 1931. Amadeu Amaral foi o primeiro autor brasileiro a estudar cientificamente o linguajar regional. Ele também publicou dois livros de ensaios: Letras floridas (1920) e O elogio da mediocridade (1924). Ele foi membro da Academia Brasileira de Letras e faleceu em 1929, em São Paulo. Foram editados também postumamente Memorial de um passageiro de bonde (1938)...

Homens e homens

Ao longo da minha caminhada tenho encontrado muitos tipos de homens. Quando eu era bebê encontrei homens feitos de choro. O choro deles se juntava ao meu e nós chorávamos juntos. Os adultos também choravam, formando uma sociedade de lágrimas. Eu cresci, e na adolescência encontrei homens feitos de fumaça. A fumaça subia aos céus, e os lamentos e ais eram eternizados no céu que nos cobre. Na escola encontrei alunos feitos de grafiti. Os professores eram feitos de conhecimento. E eu, rebelde, recebia apenas o conhecimento que me parecia útil. Virei um jovem adulto, e no mercado de trabalho encontrei homens feitos de concreto e sonhos. Poucos, no entanto, tinham uma estratégia definida para alcançar esses sonhos. Também havia homens metálicos, em cujas veias corria um sangue de números e fórmulas matemáticas. Eu assumi um corpo de homem-papel. A enfermidade chegou, e conheci homens feitos de remédios e terapias. Alguns desses homens se alimentavam de diagnósticos e proguinósticos. Eu pass...

Manuel Said Ali

Manuel Said Ali foi um importante linguísta brasileiro. Ele nasceu em Petrópolis-RJ, em 1861. Iniciou estudos de Medicina, mas dedicou-se posteriormente à pesquisa linguística. Tornou-se professor de alemão na Escola Militar (1890) e também no colégio Pedro II. Introduziu no Brasil o método direto do ensino de línguas e colaborou com Capistrano de Abreu em diversos trabalhos, entre os quais um estudo sobre a língua dos índios caxinauás. Além de poliglota, Said Ali era botânico, zoólogo e geógrafo. Deve-se a ele a divisão climatológica do Brasil. Em 1905 ele publicou um Compêndio de geografia elementar e um Vocabulário ortográfico. Publicou ainda Dificuldades da língua portuguesa (1908), Lexiologia do português histórico (1921), Formação de palavras e sintaxe do português histórico (1923) e Gramática secundária da língua portuguesa (1927). Além de traduzir vários livros, Said Ali organizou edições das obras de Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias e Castro Alves. Uma série de estudos seus, ...

Desenho

Hoje eu fiz um desenho. Peguei uma folha de papel Canson, sentei no birô e fiz desenhos geométricos no papel: quadrados, triângulos e retângulos. Usei um lápis preto. Preciso comprar um apontador de lápis. Com um pincel atômico cobri as linhas do lápis e fiz os contornos dos desenhos. A inspiração pro desenho encontrei aqui, nas redes sociais. Eu estava pensando em me inspirar em livros ou revistas, mas vi algo aqui que chamou minha atenção. Com o giz pastel que comprei comecei a colorir os desenhos geométricos: colori com quatro cores: azul, verde, vermelho e amarelo. Usei também os dedos para espalhar os pigmentos das cores. Com o pincel atômico reforcei o contorno dos desenhos e dei por concluído o trabalho. Assinei, então: Fortaleza, 14 de julho de 2024, Dário Ferreira. O desenho ficou parecido com outros desenhos que já fiz. A meta é usar cores diferentes, agora. Vou esperar um pouco e levar o trabalho para a loja de molduras para emoldurar o trabalho. Madeira, tinta, vidro, prego...

A literatura como trincheira

Novamente me escondendo na linguagem. Em meio à guerra eu escrevo, eu me comunico. O texto como trincheira. Uma trincheira que confunde o inimigo. E o texto vai se fazendo e une-se aos demais textos, formando um todo. Meus textos aqui do blog formaram o livro Crônicas de um blog. Um pequeno erro no prefácio me angustia, mas eu continuo escrevendo. Livro 6. A angústia só vai passar quando eu distribuir todos os livros 5. E aqui vai sendo construído outro texto, que é o lugar onde me refugio, lugar que o Senhor me deu para me defender e atacar. Atacar de longe, como Davi atacou o gigante. O gigante é mais forte do que eu. Por isso clamo pela ajuda do Senhor. O Senhor dos Exércitos me ajuda, e eu vou edificando o blog que leva o meu nome. Blog querido, onde trabalho e publico as coisas do meu coração. Suporte para a escrita que se assemelha à arte militar, mas não é arte militar. É arte poética, embora não seja um poema, mas uma prosa poética, filosófica e esquizoafetiva. Ela, a enfermida...

Empreendedorismo literário

Empreender no campo da literatura. Ser um empreendedor literário. Trabalhar com as letras, com as palavras. Publicar livros, comprar e vender livros. Publicar um bom número de livros de qualidade. Como Luís da Câmara Cascudo. Escrever diversos gêneros literários. Poligrafar. Gerir a sua carreira literária com técnicas da administração de empresas. Livros são empresas. Blogs são empresas. Adotar técnicas de marketing em romances e contos. Fazer tabelas e gráficos de poesias. Fazer propaganda e publicidade das suas obras. Participar de concursos literários. Lucrar com os direitos autorais. Firmar parcerias, ver o crescimento do seu trabalho. Agradecer a Deus por isso. Ter os seus livros transformados em peças teatrais, em filmes. Administrar uma carreira literária dinâmica e criativa. Identificar o seu estilo, perceber o que identifica um texto seu. Ler bons textos, estar sempre se atualizando, seja nos livros, seja nas redes sociais. Não tenho muita simpatia pela TV aberta do Brasil. No...

João Ribeiro

João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes foi um importante polígrafo e professor brasileiro. Escreveu poesias, crônicas, crítica literária, história e estudos de filologia. Ele nasceu em 1860, em Laranjeiras-SE e fez seus estudos básicos em sua terra natal. Cursou o primeiro ano de Medicina na Bahia, mas abandonou o curso. Seguiu para o Rio de Janeiro, onde se dedicou ao magistério e ao jornalismo. Viajou pela Europa, escreveu livros e se tornou membro da Academia Brasileira de Letras. Escreveu História do Brasil (1900), dando ênfase à contribuição do negro e do Índio na formação brasileira. Como filólogo publicou Gramática portuguesa (1886), Dicionário gramatical (1889), Estudos filológicos (1902), A língua nacional (1921), entre outros. Ele estudou as diferenças entre o português falado em Portugal e o português falado no Brasil. Ribeiro publicou autores portugueses e brasileiros, fez crítica literária em moldes humanísticos e liberais e traduziu livros, como Cuore, de Edmondo de Am...

Publicidade e propaganda

O homem foi criado por um Deus Criador, e por isso o homem tem em si a capacidade de criar. O homem pode criar porque ele foi feito à imagem e semelhança de um Deus Criador. O homem tem o DNA divino, e por isso ele vem criando de tudo desde Adão. Às vezes cria até demais. O Pregador falou: O homem foi feito reto, mas ele se meteu em muitas invenções. Mas, afora as invenções malignas dos homens, é certa que é extraordinária a capacidade de criação de nós, seres humanos, seres eternos, como diz um amigo meu. Na minha atividade de escrever textos aqui neste blog tenho procurado e encontrado inspiração no instagran. Citarei o nome de quatro profissionais que chamam minha atenção como bons profissionais da criação. A primeira: a divertida Alessandra Araújo, criadora na área de moda orgulho de Tocantins. Muito bons, os vídeos dela. Já na área de marketing tenho encontrado duas mulheres que me inspiram a continuar sempre criando: Danni Ferreira e Helena De Guide. Com elas aprendi a definição ...

Antenor Nascentes

Antenor Nascentes foi um importante filólogo, linguista e lexicógrafo brasileiro. Ele nasceu em 1886, no Rio de Janeiro. Estudou no colégio Pedro II e bacharelou-se pela Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro. Jovem ainda conquistou, por concurso, a cátedra de espanhol do Pedro II. Transferiu-se depois para a cátedra de português, matéria que lecionou também na Faculdade de Filosofia do estado da Guanabara. Nascentes escreveu, entre outros livros, Método prático de análise lógica (1920), Gramática da língua espanhola (1920), Método prático de análise gramatical (1921) e Noções de estilística e literatura (1929). Admirador dos clássicos gregos e latinos, o professor Nascentes também traduziu, entre outras obras, o Fausto, de Goethe, e a obra teatral de Beaumarchais. Preocupado com a preservação de textos literários, editou a obra completa de Luís de Camões, Manuel Botelho de Oliveira e Laurindo Rebêlo. Produziu ainda várias obras ligadas ao ensino superior de ...

Momento profético atual

Estar atento ao momento profético que vivemos. Saber que o Senhor Jesus tudo predisse nos capítulos 24 e 25 do evangelho de Mateus, no capítulo 13 do evangelho de Marcos e no capítulo 21 do evangelho de Lucas. Saber que todos os acontecimentos dos nossos dias não são surpresa para a igreja, que desde sempre esteve atenta ao cumprimento das profecias bíblicas. A igreja não se alegra com as notícias absurdas dos jornais, mas ela sabe que tais notícias são um indício de que a nossa salvação está perto. A igreja também sofre com tudo isso, mas ela sabe que nossos dias serão abreviados conforme as palavras do Senhor Jesus. E é necessário perseverar, porque sabemos que falta pouco para que tudo chegue ao fim, e aqueles que perseverarem serão salvos. Nesses dois mil anos da igreja ela sempre soube o momento profético que vivia, e isso a norteou para que ela sempre fizesse a vontade de Deus abrindo o seu coração para o Espírito Santo. E a igreja, noiva do Senhor Jesus, proclama para o mundo as...

Gustavo Barroso

Gustavo Dodt Barroso foi um eminente intelectual brasileiro, nascido no Ceará. Ele nasceu em dezembro de 1888, em Fortaleza. Fez os primeiros estudos aqui, no Ceará, e diplomou-se em Direito no Rio de Janeiro, onde foi fundador e diretor do Museu Histórico Nacional. Barroso desenvolveu intensa atividade jornalística, escrevendo no Jornal do Ceará e no Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro. Posteriormente trabalhou como diretor da revista Fon Fon (1916-1943). Estreou na literatura em 1912, publicando Terra do sol, romance de feição regionalista. Publicou ainda, entre outros, Praias e várzeas (1915), Heróis e bandidos (1917), Ao som da viola (1921), Mula sem cabeça (1922) e Alma sertaneja (1923). Aderiu ao integralismo em 1933, e defendeu o anti-semitismo em livros como Brasil, colônia de banqueiros (1934) e Protocolos dos sábios de Sião (1936). Barroso também foi membro da Academia Brasileira de Letras, e deixou vasta obra como ficcionista, historiador e ensaísta, contribuindo ricamente...

As multidões

A multidão se movimenta pra lá e pra cá, ao sabor das redes sociais. Grupos humanos que se identificam com a mensagem de um líder de vinte e cinco anos de idade. A música é um elemento agregador que influencia essas turbas humanas. Fenômeno objeto de estudo da sociologia e da psicologia coletiva. Nesse tempo do fim os grupos humanos dançam ao sabor das notícias e das previsões, que não se cumprem. Rebanho perdido no mundo, porque o mundo também perdido está. E as massas são dirigidas pelos influenciadores sociais, e estes, por sua vez, são dirigidos pelos seus pensamentos deturpados. Uma ideologia virtual toma conta da juventude, e os pais, adolescentes ainda, se livram da responsabilidade dos filhos com um celular. É só colocar o celular mas mãos do bebê. Esse bebê será um soldado do exército de não sei o que. Dizem até que homens como Bill Gates educam seus filhos com livros de papel e tinta. Os altos executivos das redes sociais formam seus filhos com ferramentas físicas, para que e...

Loucura e arte

Loucura e arte. O que há em comum entre os dois? Me refiro à loucura secular, e não à loucura espiritual. Me refiro à arte secular, e não à arte espiritual. Loucura secular e arte secular. Loucos e artistas pensando diferente da massa. Homens para os quais o acúmulo de bens não é o sentido da vida. Homens apaixonados, que investem tudo em seus sonhos e não podem viver longe do que é belo. Homens diferentes, incomuns, subjetivos. Homens que estão dispostos a arriscar para vencerem. Homens que temem a Deus mas sabem do que os homens são capazes. Homens que têm como exemplos outros homens que realizaram feitos notáveis, embora a glória toda seja do Senhor. Homens que não são racionais, homens para quem dois mais dois nem sempre seja quatro. Homens excêntricos, homens metódicos, homens idiossincráticos, perfeitos para estarem ao lado de mulheres especiais, mulheres guerreiras e sensíveis. Homens loucos e homens artistas. Não se enquadram nas convenções sociais. Eles creem firmemente em fat...

Roquette-Pinto

Edgard Roquette-Pinto foi um importante antropólogo brasileiro. Ele nasceu em 1884, no Rio de Janeiro, e formou-se em Medicina. Escreveu seu primeiro livro, Os sambaquis, em 1906, quando era assistente de antropologia do Museu Nacional. Entre 1907 e 1908 participou da missão Rondon, explorando o noroeste de Mato Grosso. Em 1912 realizou uma expedição para reunir dados sobre os índios parecis e nhambiquaras, perto do rio Madeira, experiência que resultou no livro Rondônia (1917). Nessa expedição fez uso pioneiro de câmeras e aparelhagem de som para documentação etnográfica. Fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em 1923, rádio essa mais tarde batizada de Rádio Ministério de Educação e Cultura. Também fundou a Rádio Escola Municipal, da prefeitura do Distrito Federal, depois batizada Rádio Roquette-Pinto. Em 1926 Roquette-Pinto tornou-se diretor do Museu Nacional. Escreveu ainda os livros Seixos rolados (1927) e Ensaios de Antropologia brasiliana (1933). Em 1937 fundou e dirigiu o In...

Criadores de conteúdo

Esta é a geração dos criadores de conteúdo, a geração dos influenciadores digitais. Do nada os conteúdos vão surgindo em vários formatos: texto, música, vídeos sobre vários assuntos. Passou-se a chamar a obra de arte de conteúdo, aquilo que contém uma mensagem. E eu, amante da literatura, vou criando uns textos por aqui também. Apesar de ser acometido de vez em quando por um bloqueio criativo, sigo publicando e escrevendo. Eu gostaria de saber mexer mais nas ferramentas de edição, fazer vídeos etc mas por enquanto vou somente escrevendo, que o meu compromisso é com a literatura. Às vezes passo dois dias sem escrever nada e fico angustiado, mas quando estou lendo, ou ouvindo música, ou vendo um vídeo, eis que me vem um insight e me deparo com um assunto para um texto. Ontem, em poucos minutos, despertei para três assuntos, um dos quais é o assunto desse texto: criação de conteúdos. Há uma jovem artista no instagran que tem produzido um belo trabalho aqui nas redes sociais: o seu nome é ...

Os irmãos Villas Boas

Os irmãos Villas Boas foram importantes indigenistas e sertanistas brasileiros. Orlando Villas Boas (1916-2002), Cláudio Villas Boas (1918-1998), Leonardo Villas Boas (1918-1961) e Álvaro Villas Boas (1926-1995) nasceram em São Paulo, filhos de pai advogado e fazendeiro. Passaram a infância em locais tranquilos, rodeados de matas e rios. Em 1943 eles fizeram parte da expedição Roncador-Xingu. Essa expedição durou de 1943 a 1960, e seu objetivo era desbravar regiões desconhecidas do Centro-oeste e da Amazônia, localizando lugares adequados para futuras cidades. Os irmãos participaram do contato com diversas tribos indígenas, como os xavantes (1948), os jurunas (1949), os kayabis (1951) e os txucarramães (1953). Os irmãos Villas Boas defendiam a necessidade de instalação de um parque indígena, e foram atendidos em 1961 com a criação do Parque Nacional do Xingu. Em suas viagens pelos sertões do Brasil os irmãos fizeram contato com outras tribos indígenas: os txicãos (1964) e os kranacaror...

Contadores de histórias

Escrever como quem conta uma história. Não sou um cronista, não sou um escritor. Sou um contador de histórias. Noite fria, no litoral do nordeste, e a turma se reunia em volta da fogueira. E lá estava o contador de histórias, narrando as mesmas histórias todas as noites para a meninada, que em silêncio prestava atenção. Histórias orais, passadas de geração em geração, desde tempos imemoriais, constituindo-se o folclore daquela comunidade. Histórias de pescadores, histórias de caçadores, histórias de assombração, coletadas e compiladas por estudiosos como Leonardo Mota e Gustavo Barroso. O fascínio, o carisma do contador de histórias, que, mesmo sem conhecer as letras, fazia uso de figuras da linguagem para emprestar beleza às suas narrativas. No litoral, certas histórias. No sertão, outras. Nas serras, outras. Isso em todos os povos. Faço menção das árabes Mil e uma noites. No Brasil, as lendas da Amazônia, as narrativas dos sertões de Guimarães Rosa, as histórias dos pampas da família...

Sociedade tecno-mecânica

Uma sociedade mecânica. Desde as mais antigas civilizações até os dias de hoje, uma sociedade mecânica. Sobretudo a partir do século XX, a partir da revolução industrial. Carros e motos. Navios e aviões. Só pra citar os transportes. A fotografia, o cinema. A casa é uma máquina de morar, falava Le Corbusier, salvo engano. A televisão, o rádio. Só pra citar as comunicações. As indústrias, as faculdades de engenharia. Dezenas de tipos de engenharia. As escolas técnicas. A construção civil. Foguetes e satélites na órbita do planeta. As empreiteiras, as pontes, os túneis. O homem controlando tudo através de ferramentas, botões e alavancas. A migração do campo para as cidades. Os sistemas de eletricidade e água das cidades. Até o chão que pisamos é de ferro. A destruição da natureza, a tecnologia chegando no campo. A tecnologia empregada nas guerras. O homem na lua. O robô em marte. A mecatrônica, a telemática. E agora, no século XXI, o mundo digital. A mecânica obsoleta. A internet, o mundo...

Milton Santos

Milton Santos foi o mais importante geógrafo brasileiro. Ele nasceu em 1926, em Brotas de Macaúbas-BA. Alfabetizado pelos pais, que eram professores primários, aos quinze anos foi estudar em Salvador. Formou-se em Direito, chegou a advogar, e dava aulas de geografia em escolas públicas. Passou a ensinar em universidades, ao mesmo tempo em que trabalhava como repórter no jornal A Tarde. Em 1950 doutorou-se em Geografia pela Faculdade de Estrasburgo, na França. Durante o regime militar viajou para a França, e foi nomeado professor da Universidade de Bordeaux e da Sorbonne. Posteriormente foi para os Estados Unidos, onde se tornou pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Deu aulas na Universidade de Columbia, em Nova York. Também ensinou em Toronto, no Canadá. Voltou para o Brasil em 1977. Em 1984 foi aprovado em concurso público para professor da Universidade de São Paulo (USP). Tornou-se consultor da Organização das Nações Unidas, da Organização dos Estados Americanos e ...

O exercício da escrever

Escrever para me exercitar. Escrever para que os meus músculos linguísticos estejam prontos para qualquer embate. Escrever para que minha respiração vocabular seja desenvolvida a ponto de eu poder me comunicar com qualquer um. Exercitar a escrita para que ela se desenvolva e eu possa escrever textos cada vez melhores, com a permissão do Senhor. Me alimentar de livros bem escritos. Quantos clássicos nos esperam nas prateleiras ao nosso alcance! Exercitar a língua para que o sentido cognitivo possa sempre encontrar espaço para crescer. O exercício prazeroso que é um dedo de prosa com um amigo querido. O que não dizer na linguagem romântica dos namorados que trocam carinhos... Amor combina com poesia, e poesia combina com a alegria de viver. Quero escrever uma prosa poética, rica em metáforas, como aquela de que falava Neruda no filme O carteiro e o poeta. E na ginástica das palavras, desenvolver uma resistência às más colocações, uma resistência às palavras vis, que falam os ímpios em to...

Nós colhemos o que plantamos

"...cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram." (Salmo 57, 6)

A janela do meu quarto

Lá está ela. Eu olho através da janela e vejo a vida. Vejo muitos carros passando aqui na rua. Na hora do rush tem até congestionamento. Carros buzinando, o ronco dos motores. De vez em quando uma batida no cruzamento. Vão acabar colocando um semáforo aqui. E saber que aqui no bairro (Joaquim Távora) antes eram somente sítios. Os vizinhos mais antigos atestam isso. E agora essa rua que é uma verdadeira avenida. Isso é o que eu vejo através da janela. Aqui dentro é minha vida, minha família, minha história. Mas, da janela pra lá é o mundo. São as repartições públicas, é o comércio, é o hospital, são os moradores de rua. Da janela pra lá é perigo, é arriscado. Convém orar, na saída e na chegada. Ergo os olhos e avisto o céu, através da janela, mas a gravidade puxa meu olhar pro chão, e eu vejo a padaria, vejo os ônibus e caminhões circulando pela avenida, logo ali. Vejo o ponto de ônibus. Vejo os trabalhadores nos ônibus lotados, às cinco da manhã e às seis da noite. Vejo a meninada anda...

Aqui e agora

Escrever um texto focado no presente, focado no aqui e agora, porque este momento é o único momento da minha vida a que tenho acesso. Hoje vou me esforçar pra me livrar das mágoas e ressentimentos do passado. Hoje vou esquecer um pouco as expectativas referentes ao futuro. Hoje vou fazer o melhor que eu posso. Quero ser melhor hoje do que ontem, e quero estar preparando o alicerce que me apoiará em um patamar superior amanhã. Se o hoje ainda se mostra incerto, vou focar nessa tarde. Fazer o melhor que posso esta tarde. E se o passado ou o futuro ainda quiserem prevalecer, vou focar neste momento. Vou buscar o Senhor agora. Orar e ler a Bíblia agora. Não sei como será o futuro. Não sei quando o Senhor vai voltar para arrebatar sua igreja. Não sei quando vou partir dessa vida. Preciso estar preparado em todos os momentos. E neste momento prefiro escrever, porque a escrita faz parte das minhas tentativas de estar sempre progredindo, de estar sempre me superando, e a escrita tomei-a também...

O juízo do Senhor

"As nações precipitaram-se na cova que abriram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé. O Senhor é conhecido pelo juízo que fez; enlaçado ficou o ímpio nos seus próprios feitos." (Salmo 9, 15 e 16)

Escrevendo para o futuro

Escrever para o futuro, para o que virá adiante. Uma escrita voltada não para o passado, que ficou pra trás, mas para o futuro, para as coisas que ainda hão de acontecer. Focado no presente, sei que colherei no futuro o que eu plantar hoje. E o tempo passa correndo, velozmente, acelerado, abreviado, para que os salvos não se percam e sejam de fato salvos. Uma escrita como ferramenta profética, que me antecipe aos embates que ainda virão. Uma escrita que tenha por objetivo me preparar para o futuro, que vai chegando a cada instante. Sim, é válido escrever sobre o passado, mas fincado no presente e projetando o texto para o que ainda não nos chegou. Escrita dinâmica, que não seja uma tela, parada, mas um filme que corra em alta velocidade, de preferência na velocidade da luz. E eu, neste momento de solidão, interajo com meus leitores, e todos vamos caminhando avante, sem olhar pra trás, porque o passado é página virada, a não ser que o sujeito se aproprie dele numa estratégia que visa o ...

Luís da Câmara Cascudo

Quem gosta de Folclore precisa conhecer a obra de Luís da Câmara Cascudo. Ele nasceu em 1898, em Natal-RN, e cedo ainda começou a trabalhar no jornal do pai, A Imprensa. Entrou para a faculdade de Medicina na Bahia, mas não conseguiu concluir o curso, por falta de dinheiro. Acabou se formando advogado em Recife, e fez um curso de etnografia na Faculdade de Filosofia do Rio Grande do Norte. Passou a escrever sobre folclore, etnografia, crítica literária e história. Cruzou folclore com literatura, pesquisando sobre a influência de Dante Alighieri, Cervantes, e da literatura oral francesa na tradição popular do Brasil. Ele foi um armorial antes do movimento armorial. Publicou, em 1954, seu Dicionário do Folclore Brasileiro, obra de fôlego que sistematiza e critica o acervo folclórico nacional. Câmara Cascudo escreveu e publicou mais de cem livros, sem nunca ter saído de sua cidade natal (Natal). Em sua vasta obra destacam-se também a Antologia do Folclore Brasileiro (1944), Superstições e...

O Senhor Jeová virá

"Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com ele, e o seu salário, diante da sua face." (Isaías 40, 10)

Transformar a dor em arte

É possível transformar a dor em arte? Foi o que a artista falou, e ela é uma baita de uma artista! Eu gostaria de fazer isso: juntar um monte de dores e sofrimentos e com eles construir algo belo. Talvez isso seja o que diferencia os bons artistas dos maus. Os bons artistas têm a capacidade de transformar experiências dolorosas em obras de arte. Mas sem o Senhor isso não seria possível. Pra transformar o feio em belo é necessário estar bem com o Senhor. É preciso uma sensibilidade aguçada e uma imaginação fértil pra abrir a boca e falar uma benção enquanto as circunstâncias não corroboram para isso. Nesse tempo do fim, onde o mundo se encontra numa situação lamentável, eu escrevo e tento escrever um texto pelo menos original. E quanto mais forte a dor, mais belo seja o trabalho artístico. Uma capacidade de transceder o caos e voar por sobre as contingências da vida, trazendo à tona um trabalho sublime e de qualidade. Repito: pra mim (pelo menos pra mim) isso seria impossível sem a ajud...

Kurt Nimuendaju

Kurt Nimuendaju foi um etnólogo alemão naturalizado brasileiro. Seu nome de batismo era Kurt Unkel. Ele nasceu em Jena, na Alemanha, em 1883. Aos dezesseis anos, após concluir o ensino médio, ele foi trabalhar como aprendiz de mecânico-óptico. Na empresa em que ele trabalhava havia uma biblioteca, e ele passou a se dedicar à leitura de textos e mapas sobre a América do Sul. Em 1903 Kurt conseguiu um dinheiro emprestado com uma meia-irmã e veio para o Brasil. Passou a trabalhar numa loja de ferramentas em São Paulo, e conseguiu ser contratado como cozinheiro da Comissão geográfica e geológica de São Paulo. Nesse posto, travou o primeiro contato com os índios, os apapocuvas-guaranis. Foi adotado ritualisticamente pela tribo, e recebeu o nome de Nimuendaju, que significa "o ser que cria ou faz seu próprio caminho". Permaneceu com os guaranis até 1908, e escreveu o diário de campo Apontamentos sobre os guaranis. Tornou-se funcionário do Museu Paulista, e presenciou o extermínio d...

Espera pelo Senhor

"Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te livrará." (Provérbios 20, 22)

Meta-linguagem

Meta-linguagem: um texto falando sobre o texto. Uma crônica que fale sobre a arte de escrever. Um trabalho resumido sobre a linguagem e outras ciências. Um estudo sintético acerca deste mesmo texto que eu escrevo. Sistematizar o alfabeto, as letras, temas recorrentes trazidos à baila neste blog. As diferenças entre as línguas escrita e oral, a beleza e riqueza das línguas românicas, onde o português se classifica. Mas dissertar de modo límpido, inteligível até pelas camadas mais rudes da sociedade. Escrever um ensaio que relacione esse meu escrever com meu comportamento. Um ensaio que seja psicologia analítica e neurolinguística. Acho até que o amigo George Girão se interessaria por um texto assim, que examine as conexões da minha mente no nascimento do texto. E aí podem entrar também outros meios de comunicação, como artes plásticas, música, dança etc. A colaboração do inconsciente e as atividades cerebrais ligadas ao ato de falar, de escrever, de se relacionar, dando margem assim tam...

Aurélio Buarque de Holanda

"Aurélio" no Brasil é sinônimo de dicionário. Isso por causa do Novo dicionário da língua portuguesa, publicado pelo lexicógrafo alagoano Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio nasceu em 1910, em Passo de Camaragibe-AL. Ele mudou-se para o Rio de Janeiro em 1937, e passou a lecionar português em vários colégios. Ensinou português também na Fundação Getúlio Vargas e no curso preparatório à carreira diplomática do Instituto Rio Branco. Aurélio traduziu obras de Charles Baudelaire e Oscar Wilde para o português. Em 1942 ele publicou o livro de contos Dois mundos. Entre 1945 e 1963 ele publicou a antologia do conto mundial Mar de histórias, em parceria com Paulo Rónai. Em 1956 ele publicou o Roteiro literário do Brasil e Portugal, juntamente com Álvaro Lins. Em 1958 publicou o livro de ensaios Território lírico. Aurélio Buarque de Holanda era conhecido como um dos maiores especialistas no idioma português, e em parceria com Manuel da Cunha Pereira ele organizou o Novo vocabulário or...

O texto ideal

Escrever um texto poético em prosa. Uma prosa poética. Um texto dotado das metáforas dos melhores poetas. Escrever uma crônica que toque no coração do leitor, revelando-lhe as possibilidades estéticas da literatura. Um texto bem estruturado, que trouxesse uma lição valiosa no campo do comportamento. Um texto que deslumbrasse quem o lesse, e o leitor pensasse: quero mais. Um texto bonito, bem construído, e que falasse como o poeta: "Meu quintal é maior que o mundo." Um texto que enlevasse o coração da mulher amada, trouxesse alegria ao amigo e consolo ao abatido. Como faço pra escrever um texto assim? Quem sabe que me diga logo, porque pouco tempo resta, e são muitas as pessoas feridas. Escrever um texto que seja um bálsamo ao enfermo e um copo de água fresca ao sedento. Um texto que apenas saiba escrever quem um dia chorou, mas hoje ri. Um texto escrito por uma alma experimentada, que um dia pôde vencer somente pelo poder de Deus. Um texto que nascesse da leitura dos clássico...

Victor Nunes Leal

Um dos livros clássicos da literatura política brasileira é Coronelismo, enxada e voto, do jurista mineiro Victor Nunes Leal. Nunes Leal nasceu em 1914, em Carangola-MG. Formou-se em Direito em 1936, pela Universidade do Brasil, atual Federal do Rio de Janeiro. Entre 1933 e 1938 trabalhou na imprensa, e na década seguinte trabalhou como diretor do serviço de documentação do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Dirigiu interinamente a cadeira de política da Faculdade Nacional de Filosofia. Para obter a cátedra dessa disciplina escreveu a tese O município e o regime representativo no Brasil - contribuição ao estudo do coronelismo, de que se originou o livro Coronelismo, enxada e voto, publicado em 1949. Nunes Leal também foi professor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e ministrou conferências na Escola Superior de Guerra. Exerceu a função de procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, e foi chefe da Casa Civil de Juscelino Kubitschek. Depois disso foi eleito procura...

Literatura e história

E na produção literária há de fazer sempre uma novidade, algo novo que satisfaça o querido leitor. A atividade textual sempre acompanhando o passar do tempo. A literatura seguindo a história. A literatura fazendo a história, porque é história apenas o que está escrito. A escrita faz a história, de acordo com as inclinações do escritor. Eu faço a história daquilo que está ao meu alcance, daquilo que meu entendimento consegue alcançar. A história oral também é história, mas ela se perde no tempo. Recentemente alguém escreveu: - Meus textos se perderam no blogspot. Por isso vou imprimir esses textos, se o Senhor permitir. Gravá-los no papel e no papel o livro não quebra, nem precisa carregar. E essa minha história pessoal que faço aqui também faço-a no papel. Nos cadernos manuscritos, nos originais dos livros, nas pinturas, nos desenhos etc. E cada um participa da história do seu ambiente, mesmo fazendo literatura oral, inconsciente, na medida em que interage com as pessoas. Mas a escrita...

Eu amo o Brasil

Eu amo o Brasil, esse mundão de país em cuja terra eu nasci. Nasci em 1975. O Brasil nasceu no século XVI. Nasceu com o encontro das três raças: europeus, negros e índios. Antes disso não havia Brasil. E eu amo a cultura, a identidade nacional que emergiu da fusão desses três povos. Eu amo a História do Brasil. Amo a literatura brasileira. Amo o folclore brasileiro. Mas tenho especial predileção da história do Brasil a partir do romantismo literário até os nossos dias. Gosto do período da metade do século XIX até hoje. Gosto da música brasileira. Gosto da pintura brasileira. Gosto da formação da identidade nacional, da interação de todos os sujeitos da nossa História. Gosto de incluir minha família nessa História, a partir do nascimento do meu avô, Luíz Ferreira, em 1910. E o que me fez amar o Brasil foi a leitura de três intérpretes nossos: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro. Também queria ter lido Caio Prado Júnior e Celso Furtado, mas o foco dos estudos mudar...

Momento de ânimo

Transformar problemas em soluções. Transformar situações dolorosas em alegria. Não é fácil. É impossível aos olhos humanos. Somente o Senhor pode reverter situações. A Bíblia Sagrada está cheia de exemplos. A igreja está cheia de exemplos. Há exemplos até com os coachs e palestrantes! Gerenciar realidades desconfortáveis. Esperar o momento da virada. Continuar confiando no Senhor, apesar dos piores cenários. Encarar os problemas de frente e estar disposto a arriscar. Procurar inspiração em pessoas vencedoras. Os exemplos mais inspiradores são os servos do Senhor. Homens como Moisés, Davi, Paulo. Mulheres como Sara, Rebeca, Rute. Os servos do Senhor. Os ministros da Palavra. Crer em milagres, crer na intervenção divina, sempre no momento certo. Experiências que impulsionam nossa caminhada espiritual. Experiências que aperfeiçoam nossa instrumentalidade. Nós mesmos sendo usados pelo Senhor, evangelizando, levando uma palavra de ânimo ao cansado. E ver o agir do Senhor na nossa vida, e se...

Antônio Houaiss

Gosto de ler enciclopédias. Um nome ligado às enciclopédias no Brasil é Antônio Houaiss. Ele foi um diplomata, filólogo e crítico literário fluminense. Antônio Houaiss nasceu no Rio de Janeiro em 1915. Estudou contabilidade e letras clássicas. Foi professor de latim, português e literatura. Em 1945 ingressou na carreira diplomática. Abandonou a Diplomacia em 1964 e se dedicou ao magistério. Publicou livros e em 1975 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Dirigiu o ministério da Cultura no governo de Itamar Franco, em 1992. Em 1995 foi eleito presidente da ABL. Foi convidado pela Enciclopédia Britânica do Brasil para editar a Enciclopédia Mirador Internacional. Escreveu, entre outras obras, Tentativa de descrição do sistema vocálico do português na área dita carioca; The new Barsa dictionary English and Portuguese; Elementos de Bibliologia. Traduziu o romance Ulisses, de James Joyce, para o português. Escreveu também O português no Brasil, pequena enciclopédia da cultura no Br...

Memórias de Sancho Pança

Estávamos na Idade Média, e meu companheiro me convidou para fazermos uma viagem pelas terras longínquas da Espanha, a fim de resgatarmos sua amada do castelo onde ela estava presa. Assim, pusemo-nos a caminhar (as longas viagens também eram feitas à pé, naquela época). Pegamos uma rota alternativa ao caminho de Santiago de Compostela. Meu companheiro ia à frente, guiando-nos nessa expedição de dois fidalgos delirantes. No terceiro dia de viagem um imenso dragão tentou nos atacar, mas meu companheiro, afeito a combates dantescos de cavalaria, nos pôs a salvo de tão maligno ser. E continuamos caminhando, mesmo que expostos aos perigos comuns a peregrinações como a que realizávamos. No quinto dia de viagem fomos atacados por um bando de meliantes, mas novamente, fazendo uso das técnicas militares que conhecia, meu companheiro nos colocou em segurança. Eu ficava espantado diante da habilidade do meu amigo no uso da lança e do escudo. Faltava pouco para alcançarmos o castelo onde nossa don...

Varnhagen

Um dos pioneiros na historiografia brasileira foi Francisco Adolfo de Varnhagen. Ele nasceu em 1816, em Sorocaba, filho de um engenheiro militar alemão. Estudou em Portugal, no Real Colégio Militar da Luz, e deu início à sua carreira militar como voluntário nas tropas de Dom Pedro I, que lutavam contra Dom Miguel. Varnhagen escreveu seu primeiro trabalho de história, Notícia do Brasil, entre 1835 e 1838. Com este trabalho credenciou-se como sócio-correspondente da Academia de Ciências de Lisboa. Formou-se engenheiro militar em 1839, na Real Academia de Fortificação, também em Portugal, e voltou ao Brasil em 1840. Passou a trabalhar no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1841, e teve que lutar pela nacionalidade brasileira, porque seu pai era alemão. Com a nacionalidade brasileira conseguiu ser admitido no serviço diplomático brasileiro, e serviu em vários países, como Portugal, Espanha, Paraguai, Venezuela, Peru e outros. Conseguiu o reconhecimento como historiador ao public...

A minha, a nossa palavra

Eis-me aqui novamente às voltas com a palavra. Palavra: palavra, pensamento fixo na minha mente. A palavra é minha companheira, é quem registra os meus dias e os meus pensamentos. Será que é possível passar uma vida toda escrevendo sobre a palavra? Eu li muitos livros. Livros, revistas e jornais. E o que eu lia em todos eles era a palavra. Pesquisei sobre filologia: o surgimento da palavra, o nascimento dos alfabetos. E eu passaria a minha vida toda escrevendo sobre a palavra, contanto que fosse com palavras diferentes. Um novo enfoque, uma nova abordagem. E assim, a palavra foi sempre minha companheira. A palavra da língua portuguesa, sem esquecer a palavra inglesa e a palavra francesa.  E os estudiosos dizem que a palavra escrita surgiu no ano 3.000 a.C., sendo que antes havia somente a palavra oral. Qual é o texto, o alfabeto mais antigo do mundo? A Bíblia diz que o Senhor criou Adão e já começou a falar com ele. Quantos anos atrás, isso? Os cientistas dizem que o homem vem do m...

Alexandre de Gusmão

Um dos primeiros diplomatas brasileiros de destaque foi Alexandre de Gusmão. Ele nasceu em São Paulo, em 1695. Aos quinze anos partiu para Portugal, para estudar Direito na Universidade de Coimbra. Em 1714 foi enviado à França como embaixador do rei Dom João V. Na França continuou seus estudos em Direito na Universidade de Sorbonne. Participou  das negociações que levaram ao Tratado de Ultrecht (1715), pelo qual a Espanha devolveu à Portugal a colônia do Sacramento. Em 1719 Gusmão voltou à Portugal, concluindo seu curso de Direito e se tornando professor da Universidade de Coimbra. Durante sete anos trabalhou para a diplomacia lusitana em Roma. Articulou a vinda de colonos portugueses para o sul do Brasil, e em 1743 dirigiu detalhada pesquisa sobre as nossas fronteiras. Por essa época Portugal avançou com os bandeirantes para muito além dos limites do Tratado de Tordesilhas. Gusmão representou Portugal no Tratado de Madrid (1750), que estabeleceu que a Espanha ficaria com a colônia...

Revistas

As bancas de revistas estão desaparecendo, diante dessa revolução tecnológica da internet e das redes sociais. Na década de 1990 eu era rato das bancas de revistas. Costumava ler revistas como a Interview e a Caminhos da Terra. A editora Abril monopolizava as revistas no Brasil, e de fato ela tinha revistas de alta qualidade. No final da década de 1990 passei a ler revistas como a Cult (literatura) e Caros Amigos (política). Às vezes eu comprava o jornal Inverta, mas tinha somente longas matérias do Oscar Niemayer. Eu também lia os jornais O Povo e Diário do Nordeste, daqui de Fortaleza. Hoje sou assinante do jornal físico O Estado. Não posso deixar de mencionar as ótimas entrevistas da Playboy. Na época que trabalhei com o sebo ganhei uma coleção da Casa Cláudia, com umas setenta revistas. Li todas e passei a apreciar decoração e jardinagem. Também fiz incursões na Arquitetura e Urbanismo e na Pequenas Empresas Grandes Negócios. Na década de 2000 surgiu uma ótima editora de revistas n...

Raymundo Faoro

Um dos clássicos da historiografia brasileira do século XX é o livro Os donos do poder, publicado em 1958 pelo jurista e sociólogo gaúcho Raymundo Faoro. Faoro nasceu em 1925, em Vacaria-RS, mas passou a infância na cidade de Caçador, em Santa Catarina. Formou-se em Direito em 1948, pela Universidade do Rio Grande do Sul. Em 1958 Faoro publicou o clássico Os donos do poder, citado no início do texto. Este livro analisa a organização política brasileira, desde a época colonial até a República, e sustenta que o país é governado por um "estamento burocrático" que exclui a população das decisões políticas. Em 1959 Faoro recebeu o prêmio José Veríssimo de ensaio e crítica da Academia Brasileira de Letras, pela publicação de Os donos do poder. Em 1963 Faoro tornou-se procurador do estado do Rio de Janeiro, através de concurso público. Em 1975 publicou Machado de Assis: a pirâmide e o trapézio, livro em que estuda as relações sociais brasileiras através dos personagens de Machado. F...

Músicas e lembranças

A reunião acabou, me despedi dos companheiros, desci a escada, fui ao banheiro, liguei o celular e chamei um táxi. Durante a espera tomei um pouco de água e um café. O táxi chegou, eu entrei e informei ao taxista qual seria o destino. O rádio do táxi estava ligado e estava tocando uma música estrangeira que remetia à minha infância. Olhei para o rádio tentando descobrir o nome da música ou do cantor, mas não consegui. Quando eu ia pedir ajuda ao taxista para descobrir que música era aquela, a música acabou. Tentei decorar alguma frase da música para procurá-la em casa. Chegamos em casa, subi no elevador, cheguei em casa, falei com o pessoal, tomei um banho e jantei. Fiquei por ali, mexendo nas redes sociais, até que chegou a hora do culto, no YouTube. Participei do culto, deitei na rede e fui procurar aquela música que me remetia à minha infância. Não encontrei. Gosto quando uma experiência me remete ao meu passado, e posso, mesmo que rapidamente, reviver um sentimento ou emoção que vi...

Capistrano de Abreu

Um dos historiadores mais importantes que o Brasil teve foi Capistrano de Abreu. Ele nasceu aqui no Ceará, em Maranguape, em 1853. Estudando em Recife, já adulto, conheceu Sílvio Romero e Tobias Barreto. Em 1875 mudou-se para o Rio de Janeiro, indo trabalhar como redator na Gazeta de Notícias. Depois se tornou funcionário da Biblioteca Nacional. No final da década de 1880 escreveu a tese O descobrimento do Brasil e o seu desenvolvimento no século XVI, com a qual obteve a cátedra de História do Brasil no colégio Pedro II. Em 1907 publicou o livro Capítulos da história colonial. Capistrano passou a interessar-se pelas culturas indígenas, e em 1914 escreveu Rã-txahu-ni-ku-í, texto no qual estuda a gramática, os textos e o vocabulário dos caxinauás, tornando-se assim pioneiro da etnografia no Brasil. Pesquisador incansável, Capistrano investigava em fontes primárias da História brasileira. Comentou e fichou textos dos padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta e editou obras como a Histór...

Celso Furtado

Um dos mais influentes pensadores brasileiros do século XX foi Celso Furtado. Ele nasceu em 1920, em Pombal-PB. Formou-se em Direito em 1944, no Rio de Janeiro. Durante a II Guerra Mundial integrou a Força Expedicionária Brasileira, e lutou na Itália. Formou-se também em Economia e doutorou-se na França. Em 1949 passou a integrar a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), órgão da ONU e presidiu o Grupo Misto de Estudos BNDE-CEPAL, produzindo um trabalho que embasou o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. Na década de 1960 Celso Furtado ajudou a fundar a Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste, e foi seu primeiro superintendente. Durante o regime militar Furtado se exilou, tornando-se professor em universidades importantes, como Cambridge, Sorbonne e Washington. Na década de 1970 Furtado retornou ao Brasil, e foi nomeado ministro da Cultura no governo de José Sarney. Ele publicou cerca de vinte livros que fazem uma análise de questões e problemas do desenvolvimen...

Escrita e civilização

Escrever para civilizar. Trazer civilização a um povo bárbaro. Apenas o homem tem poder para civilizar, pois ele é imagem e semelhança de Deus. E que símbolo mais adequado para a civilização do que a escrita? O homem que escreve é um homem civilizado. Mas há civilizações e civilizações. O estabelecimento da escrita deu origem às civilizações e à História. Antes da escrita os homens eram bárbaros. Muitas civilizações ficaram para trás: fenícios, babilônios, persas etc. Mas duas civilizações sobreviveram: a igreja e os judeus. No Ocidente há resquícios da civilização romana. No Oriente há a civilização amarela. Todas elas legitimadas em suas escritas. No norte da Ásia também há a civilização russa. Cada civilização com o seu alfabeto. O alfabeto que nós brasileiros usamos é o alfabeto romano. Grande parte do Brasil faz parte da igreja romana, porque Portugal confessava essa fé. Já no século XVI, contudo, a igreja protestante chegou aqui, trazendo a mensagem que os apóstolos levaram da Pa...

Guimarães Rosa

Um dos maiores escritores brasileiros do século XX foi o mineiro Guimarães Rosa. Ele nasceu em 1908, em Cordisburgo. Formou-se em Medicina em 1930 e clinicou por alguns anos. Em 1934 Guimarães Rosa ingressou no Ministério das Relações Exteriores, no cargo de diplomata. Serviu na Alemanha, na Colômbia e na França. Em 1946 publicou o primeiro livro, a coletânea de contos Sagarana. O reconhecimento veio dez anos mais tarde, quando publicou Corpo de baile e o épico Grande sertão: veredas, uma espécie de Fausto nacional, cujo enredo gira em torno da constante luta entre o homem e o diabo. Grande sertão: veredas tem uma linguagem extremamente inventiva, explorando um vocabulário complexo, recuperando termos arcaicos e expressões regionais, além da presença de neologismos. Rosa gostava de viajar pelo sertão, juntamente com vaqueiros e tropeiros, sempre fazendo anotações nos seus cadernos. Ele também publicou Primeiras estórias (1962) e Tutaméia (1967). Em 1961 recebeu da Academia Brasileira d...

Atividade: escrever

Escrever para sobreviver. Escrever com as lágrimas correndo no rosto. A escrita como terapia. Não sei se funciona. Acho que pra terapia é melhor um saco de boxe. Escrever é muito parado, não envolve muita energia. Escrever porque sou um candidato a escritor. Li muito, no passado, e agora a leitura transborda, em forma de escrita. Escrever pra fazer algo "nobre". Escrever pra me comunicar com você, meu querido leitor, minha querida leitora. Escrever porque essa é a meta. Escrever enquanto o mundo desmorona, e se cumprem as profecias bíblicas. Escrever antes que o dia acabe, porque amanhã será tempo de uma nova escritura, se o Senhor permitir. Escrever cem textos: dá um livro grossinho. Dá um like aí, amigo leitor. Compartilha o meu texto, por favor. Ainda tô tentando estabelecer uma unidade editorial, um fio literário que unifique todos os textos. Escrever enquanto abro o jornal e vejo as páginas do Apocalipse. Escrever como um bom escritor. A paz do Senhor, pastor Carlos Neja...

Não toqueis nos meus ungidos

"Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis os meus profetas." (Salmo 105, 15)

João Cabral de Melo Neto

Meu poeta brasileiro preferido é João Cabral de Melo Neto. Ele nasceu em 1920, em Pernambuco. João Cabral estudou Direito na faculdade, e após se formar ingressou através de concurso público no Ministério das Relações Exteriores, para trabalhar como diplomata. O primeiro posto no exterior foi em Barcelona, na Espanha, onde serviu por seis anos. Ao longo da carreira também serviu nos Estados Unidos e em outros países da Europa e da Ásia. O primeiro livro, Pedra do sono, foi publicado em 1942. A estadia na Espanha o aproximou do realismo espanhol. Desenvolveu uma forte ligação com a cidade de Sevilha. A partir do poema O cão sem plumas passou a escrever sobre temas sociais. Sua poesia reflete as raízes populares nordestinas, com elementos das trovas e da literatura de cordel. Sua obra mais conhecida é Morte e vida severina, de 1967, que foi adaptada para o teatro e para a televisão. João Cabral se aposentou do serviço diplomático em 1990, ano do lançamento de Sevilha andando. O poeta com...

A beleza

Todo mundo gosta do que é belo, bonito, e eu não sou exceção. E o ramo da filosofia que estuda o belo é a estética. Ariano Suassuna e Ferreira Gullar eram mestres nesse assunto. Quem não gosta de um livro bem escrito, com uma linguagem clara e polida? O objetivo dos artistas é pintar/desenhar belos trabalhos, para que eles entrem na história da arte como artista inspirados e talentosos. Quem não gosta de ver um bom filme no cinema, que inspire você a fazer algo melhor cada vez mais? Os estilistas capricham em seus modelos, fazendo o máximo possível para que suas roupas sejam bem aceitas por público e crítica. Os amantes do futebol descrevem os gols de placa como "obras de arte". E o que confere a algo a qualidade de "belo"? Suponho que a leveza dos traços, a harmonia e a simetria constituem qualidades que conferem a algo o título de "belo". Já quando se trata de seres humanos a beleza pode ser enganosa. Saul era um belo homem, mas seu coração não era um co...

Visconde de Mauá

Ainda na década de 1990 li outra ótima biografia: Mauá - empresário do império, de Jorge Caldeira. Irineu Evangelista de Souza nasceu em 1813, no Rio Grande do Sul e mudou-se para o Rio de Janeiro em 1822, ano da independência do Brasil. Trabalhou em um armarinho até 1830, quando se empregou em uma importadora. Irineu era um empreendedor, e em 1837 já era sócio na importadora. Em 1846 ele inaugurou um pequeno estaleiro em Niterói, que em um ano se tornou o maior do país. Entre 1852 e 1856 Irineu fundou empresas de navegação e ele também foi pioneiro na construção de ferrovias no país, construindo uma que ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis. Ele também montou uma companhia de gás que iluminava a capital federal. Também foi pioneiro na construção de uma rodovia pavimentada no país, criando uma que ligava Petrópolis a Juíz de Fora. Irineu recebeu o título de Barão de Mauá e ele também empreendeu na instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa. Em 1860...

Texto e identidade

Eu escrevo para me identificar. Para formar minha identidade, e dá-la a conhecer a você, amigo leitor. Meu texto é o meu trabalho, e meu trabalho sou eu, porque sou o trabalhador do texto. E não me ensoberbeço por isso, pois seria loucura me ensoberbecer novamente, depois de tudo o que passei por causa da soberba. Me identifico com a experiência de Nabucodonosor, quando ele enlouqueceu por causa da soberba. O fato é que uma das únicas coisas que sei fazer hoje é escrever, e por isso me identifico com meu texto: o meu texto sou eu. O meu texto é aquilo que eu creio, aquilo em que me apoio, aquilo que eu prego. O meu texto está impregnado da minha identidade. Se não fosse assim ele seria uma mentira, mas não minto, porque quero que ele se perpetue e dê frutos. É um texto diferente, é um texto de um blogueiro cristão bombeiro-militar reformado. Você conhece outro assim? É um texto baseado no evangelho, de um literato que tem o trauma de não ter podido exercer sua profissão por causa de um...

Corpo e literatura

Meu corpo é feito de literatura. As células são as letras. Os tecidos são os parágrafos. Os órgãos são os livros. O corpo é uma biblioteca, mistura de história e ficção. Esse texto era pra ter sido escrito ontem, mas ontem, quando eu comecei a escrever, a escrita tomou outro rumo. O meu corpo e a literatura. Nas células, mitocôndrias, pontos e vírgulas. Eu inspiro romances e expiro contos e crônicas. Será que esse texto vai ficar meio cafona? Esse espaço é meu! A escrita aqui é livre e experimental. Meu sangue é a tinta com que escrevo minha vida. Minha vida está no meu sangue, e no meu sangue, plaquetas e enredos. Meus ossos são cálcio e lápis. Grafite e canetas de pontas porosas. Pontas esferográficas não. Os braços findam nas mãos, que manuseiam livros bons e ruins. Minhas pernas se encarregam de me conduzirem até a livraria, local onde o negócio  é fechado. E o sistema nervoso, principal ferramenta de fazer literatura. O cérebro se encarrega de cruzar os dados de tantas leitura...